No dia seguinte, voltámos lá, mas quando chegamos não a vimos. Temíamos que estivesse em algum canto já sem vida ou que alguém lhe tivesse feito mal. De repente, apareceu uma senhora que tinhamos visto a olhar para nós na noite anterior e descobrimos que ela tinha recolhido a gatinha...não...para casa dela mas para as traseiras do prédio. Ela não pretendeu-a adoptar a gata nem recolhê-la em casa. Combinámos em ir buscá-la no dia seguinte para levá-la ao vet.
A Iris fez várias análises e hemograma pois ela era muito magrinha. Fez testes FIV, FEL e PIF que deram negativos. Ela ainda ficou internada para fazer um raio x aos pulmões e também para ficar em observação. Foi desparasitada interna e externamente.
Enquanto aguardava no consultório a chegada da vet
Esta menina apenas não tinha um lugar e passados 15 dias já não dava mais. Tivemos que ir buscá-la. Uma senhora arranjou-nos um cantinho sem luz natural nem artificial. Ela não tinha de fazer nada, nós comprometemo-nos em ir lá todos os dias. Apenas lhe pedimos para deitar uns olhinhos para ver se a Iris estava bem.
Quando a fomos buscar ao vet ela estava activa, queria roer uma saca, e espalhava o seu mel por toda a parte. Deixa-mo-la ao inicio da noite na casa da senhora com a sua comidinha. No dia seguinte, a Irís não estava bem; não queria comer e não havia comido nada. Tinha um aspecto desfalecido, não queria festas. Quando a pegámos ao colo ela parecia ter o ar de alguém que iria desmair e que nós estamos a tentar impedi-lo. Ela era tão bela, tão terna, tão leve.
Fomos imediatamente para o hospital. Ela ficou em observação. O veterinário disse-nos que tudo apontava para uma intoxicação alimentar mas que iria continuar em observação. Deram-lhe um protector para o estômago e ela chegou a ficar mais activa e a melhorar mas por volta das duas da manhã simplesmente caiu para o lado com uma paragem cardio-respiratório. Nós nem queriamos acreditar no que estavamos a ouvir.
Quando a vimos pela primeira vez um de nós pensou "ai minha pequenina quem me dera poder levar-te e dar-te a sorte do Sam. És uma gatinha tão pobrezinha e eu quero que tu tenhas o tratamento de princesa como o Sam tem". Pensei que a sorte dela não acabaria e que ela encontraria o dono que merecia...mas a sorte dela acabou. Hoje agradecemos à força que nos empurrou para aquele caminho. Agradecemos termos estado lá àquela hora para podermos ter dado a esta menina um tratamento de Princesa.
Todos os animais que aparecem no nosso caminho são bençãos, não adianta não olhar para os lados, o coração tem olhos invisíveis, ele sente. Quem disse que fazer o bem não tem o seu preço? Se para Jesus nada foi fácil como poderia sê-lo para nós.Amanhã vou colocar as despesas da Irís aqui e espero que ajudem a pagar a conta o mais depressa possível das maneiras que puderem, divulgando, oferecendo pecinhas, fazendo sugestões etc pois é demasiado doloroso estar constantemente a lutar para pagar a conta desta menina que não está aqui, já basta o vazio, a dor, a saudade...e a aceitação desta morte.
De uma forma ou outra, ao seu próprio tempo o dinheiro virá mas a vida desta menina jamais a conseguiremos trazer de volta, e embora a conta seja pesada é com leveza que a vemos pois pelo menos ela teve isto:
e se foi por o cantinho que encontramos para ela que tudo se perdeu, tentaremos pensar que ou era isto ou nada, e no pouco tempo ela teve calor humano, um cantinho confortável para dormir que ela também adorava, foi apaparicada e teve comidinha a toda a hora. Conseguimos tratá-la como um Princesa.
Toda a dívida serviu nas palavras da Susana para proporcionar à Iris "um tempo de vida de princesa - deve ter sido para ela um sonho maravilhoso, foi feliz e assim continuará por toda a eternidade. Porque a envolveram em Amor. Seja como for, ela tornou-se uma estrela no nosso firmamento. Bela e poderosa."
Criámos duas t-shirts, mas não conseguimos vender as 33 t-shirts que precisávamos. Graças ainda aos donativos de Sónia Pereira e MMachado faltam-nos 180 euros. O restante da conta da Íris tem de ser pago dia 30 de Abril.
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