A Gatinha foi a primeira gatinha da rua que ajudámos antes de pensarmos sequer em criar um projecto ou de abrir um blog para encontrarmos a ajuda financeira e o apoio que as pessoas que vivem ao nosso lado não nos davam.
Todas as ninhadas da Gatinha foram brutalmente mortas, afogadas em água com liquido verde com água a ferver e atiradas a fossas. Imaginem carregarem os vossos filhinhos ano após ano e estes serem mortos de uma forma cruel e brutal...
Sentimo-nos quase na obrigação de ajudá-la. Ela própria pedia-nos ajuda, pois começou a frequentar o nosso jardim e a vir ao nosso encontro sempre que nos via. Naquela altura, não éramos nós que a alimentávamos, mas sim uma vizinha.
Só conseguimos salvar a última ninhada, mas para isso tivemos que fechá-la num quarto para que os seus bebés pudessem ser salvos, pois não tivemos hipótese nenhuma. Disseram-nos: Eles são de quem chegar primeiro... Imaginem a pressão....
A Gatinha tinha um temperamento estranho, pois às vezes quando lhe faziamos festas ela interpretava mal o gesto e ficava um pouco agressiva. Comportava-se melhor com homens do que com mulheres, mas nos últimos dias da sua gravidez e enquanto criou os seus filhos, ela foi bastante meiguinha.
Ela ficou ficou tão agradecida por lhe termos permitido ser mãe até ao fim, por não a termos traído e levado os seus filhos para morrerem poucas horas depois de terem nascido. Foi uma mãe extremosa que nos ensinou gratidão e que compreendeu por que razão foi fechada num quarto confortável embora estivesse habituada à rua.
Foi a mãe perfeita! Infelizmente, não assistimos ao parto, mas quando acordámos de manhã e abrimos a porta do quarto e a encontrámos agarrada aos seus filhinhos (que pareciam ratinhos), ela parecia sorrir...e emanava paz
Assim que criou os seus filhotes, foi esterilizada e retornou à rua onde estava habituada a viver pois não se habituou a estar em casa. Um dia à noite veio pedir a sua comidinha e desde então nunca mais a vimos... Ela desapareceu misteriosamente em Fevereiro de 2006.
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